Paulo Rosa no evento de 15 de Abril, em Monchique
Paulo Rosa é um dos seis nomes confirmados para o dia 15 de Abril de 2023 na Casa das Palavras na Serra dos Dois Dinossauros Adormecidos, em Monchique. Será num evento que decorrerá entre as 16 e as 18 horas desse dia, um sábado, com autores que publicaram livros na On y va, maioritariamente poesia.
Assumindo a forma de tertúlia literária, o evento tem como tema «Olhares sobre a Vida e a Escrita», com moderação de António Manuel Venda, editor da On y va. Presenças, além de Paulo Rosa, de José Carlos Barros, Ana Sofia Brito, Clara Andrade, Marco Mackaaij e Paulo Correia. Ver mais informações aqui.
Paulo Rosa costuma dizer que em 1958 deslocou-se de Monchique a Portimão para nascer. Licenciado em Direito e pós-graduado em Estudos Europeus pela Faculdade de Direito de Lisboa e com um master em Interculturalismo e Ambiente pela Universidade Ca` Foscari de Veneza, é advogado e professor do ensino secundário. É presidente da Rádio Fóia CRl e director do Jornal de Monchique, sendo também membro da Direcção do «Monchiqueiro». Foi o primeiro presidente, e durante vários mandatos, da associação ambientalista «A Nossa Terra», sendo actualmente presidente da Assembleia Geral. Desempenha ainda outros cargos: presidente da Direcção da Associação de Produtores de Medronho do Barlavento Algarvio (APAGARBE), deputado municipal independente em Monchique, delegado da Ordem dos Advogados e presidente do Conselho Disciplinar da Federação de Caçadores do Algarve. Publicou na On y va os livros de poesia O Perfume da Esteva e Um Tributo a Monchique.
A seguir, um dos poemas do livro mais recente:
Eu, Convento de Nossa Senhora do Desterro
Cá em cima onde Pero me sonhou
E dia-a-dia, pedra-a-pedra, me cresceu
A vetusta torre escura de onde banho
Com a lanterna do olhar a circundante
Envolvência virente luxuriante
Os pomares de malápios e cerejeiras
E os canteiros em socalcos onde a fome
É enterrada no arranque da batata
Já vivi mais na morte que na vida.
Mesmo sem vestes, sem adornos
Que me levaram em despojo
Intempéries, tempo e homens
Ensinei talvez a ler e a contar
A escrever a rezar e a temer
E hoje sou vaidade envergonhada
Filho da esperança desiludida
Todos me acenam, mas ninguém me abraça.