O poeta e a natureza

Texto de Natália Constâncio, investigadora do IELT (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa), lido na apresentação do livro Respiração, de Rodolfo Miguel Begonha (ed. On y va), na Biblioteca da Escola Secundária de Camões, em Lisboa, a 8 de Novembro de 2019

 

A formação académica de Rodolfo Miguel Begonha liga-se às áreas da Gestão e da Economia: possui uma licenciatura em Gestão, um mestrado em Sistemas Sócio-organizacionais da Atividade Económica e um doutoramento em Sociologia Económica e das organizações, pelo ISEG. É diretor-adjunto da Gradiva Publicações, desafio que assumiu em 1997, e tem livros publicados na sua área de investigação. Elementos, publicado em 2007, é o seu primeiro livro de poesia.

Sinto-me muito honrada e muito contente por apresentar o livro Respiração. Por dois motivos, muito relevantes: a amizade que nutro pelo autor e o facto de Rodolfo Miguel Begonha ser um grande poeta. A sua escrita, de uma beleza inebriante, é cadenciada, musical e só aparentemente simples, pelo que nos provoca um grande desafio, ao nível do pensamento. Este elogio poderá afigurar-se-vos como exacerbado, tendo em conta que sou amiga do autor, mas não é. Aliás, estas minhas palavras não são gratuitas nem anódinas, e vão ao encontro das que Eduardo Lourenço proferiu, há uns anos, a propósito da obra Elementos. Foi o professor-filósofo quem primeiro considerou Rodolfo Miguel Begonha poeta quando assinalou: «Deixar a natureza sonhar-se em nós é dom de poeta. É o seu.» A editora On y Va e nós, leitores, ficamos, inquestionavelmente, mais ricos, com o livro que agora vem a lume.

Esta obra divide-se em duas partes: uma, «Respiração das Margens», com uma maior incidência sobre o elemento líquido; a outra, «Respiração Mineral das Coisas», mais relacionada com a terra, os animais e os minerais. Se, inicialmente, pensei em estabelecer uma análise distinta relativamente às duas partes que o constituem, logo constatei que os poemas se interseccionam e remetem para a mesma linha idiossincrática, seja de forma mais objetiva, seja pela apresentação de um discurso com pendor mais metafórico.

Todos os textos evocam e convocam outros textos, dizia Umberto Eco (1991). Embora de forma subtil, há versos nesta obra que, numa curta visitação, remetem para a poesia de Álvaro de Campos, ou para a tentativa de abolição do tempo configurada em certos poemas de Alberto Caeiro; pela associação da poesia à pintura, alguns dos textos de Respiração aproximam-se do poeta presencista Francisco Bugalho, exímio na representação de paisagens; pela recorrência, nestes poemas, de elementos como a água, a terra, as aves, os frutos ou as flores, se evoca a imagética representada na poesia grega antiga e na arte poética de Eugénio de Andrade. Por analogia com grandes figuras da lírica ocidental, esta obra alude ao papel desempenhado pela poesia enquanto arte que, pela palavra, instaura e edifica «mundos possíveis».

Rodolfo Miguel Begonha assume-se como um homem ligado à natureza, com preocupações de índole ambiental, facto que surge plasmado nos seus poemas, de forma subentendida ou diretamente. Na tradição de Cesário Verde, a paisagem descrita pelo autor é uma paisagem copiosa de sensações que remetem para todos os sentidos, não raro amalgamados, a que se vincula a consciência da temporalidade inerente à vida. Na obra em análise, a visão surge frequentemente consubstanciada na alusão à cor, à forma e à luz, ao raiar da aurora, luzente ou cinzenta, nos dias chuvosos, ou a um belo pôr-do-sol incandescente; a audição remete para os sons da natureza ou para o silêncio que nela se faz sentir; o olfato remete para perfumes: das flores, da fragrância emanada das palavras; as cores são olorosas; as brisas sopram e tocam os seres.

Os poemas insertos nesta obra acentuam e corroboram, também, uma relação afetiva entre o sujeito poético e essa serra/ terra-mãe, ventre ou berço acolhedor gigantesco, que é impossível de apreender, na sua dimensão global. Mesmo se sujeitos à inexorabilidade do destino e do tempo que flui, indiferente à nossa vontade, ao lermos este livro, acentua-se em nós a ideia de que somos parte de um todo universal, onde sopram brisas, esvoaçam aves, voam falcões e águias, nadam peixes, passeiam ouriços, serpenteiam víboras, saltam sapos e passeiam lobos ou raposas… Somos, portanto, da mesma natureza que as árvores e os rios e as flores e o sonho.

 

Respiração inicia-se com um poema aliado ao pendor narrativo da prosa, intitulado «Abertura», cuja pintura da cidade, realizada pelas palavras, a instaura como metáfora da natureza, numa mescla de sentidos que remetem para o quotidiano, a que não é alheia a noção de evanescência. Assim, aliada à representação da natureza surge, também, a problemática da temporalidade. Os poetas procuram traduzir por palavras a sua experiência de vida, inevitavelmente marcada pela contingência e pela consciencialização da finitude do outro e de si próprio, enquanto seres no e do mundo. A propósito da vivência humana, o filósofo Henri Bergson destacou a importância da apreensão subjetiva e intuitiva do tempo, realizada a partir da coordenada existencial do sujeito vivente – o eu. A representação das águas que fluem neste poema de abertura evoca a imagem arquetípica e metafórica do tempo que não volta atrás: «[B]ranco reluzente da calçada. a mesma onde os passos gravados contam os dias, enquanto mil rios transbordam entre a floresta de prédios»; «na temporalidade livre destes rios, navega o meu bairro de memórias (…) junto à foz, as memórias são já poemas navegando.» (13)

No poema «A senhora e a chuva» (14), a vivência da natureza humana que habita o espaço citadino desponta emoldurada por uma ambiência natural: o «tecto do mundo» surge revestido de «tonalidades escuras», a «roupagem escolhida pelo céu» para «agraciar as ruas». A senhora segue e os seus passos fundem-se com as águas. Instaura-se a dúvida, no final do poema: a senhora e a chuva configuram «uma só entidade»? Em «Regresso» (15), a presença da chuva faz alegrar os campos, que bebem «todas as lágrimas/ sofregamente», e a natureza rejubila com o choro cíclico dos céus, fazendo ressoar o «eterno retorno» de que fala Mircea Eliade: «afinal, tudo voltará a ser:/ nova alegria, verdejando/ ébria por tornares a chorar.» «Ciclos» (16) é uma composição poética muito visual, de onde emergem cores de «campos demasiado verdes» com «perfumes tão intensos».

Saliente-se que o olfato se apresenta, nesta obra, como um sentido privilegiado. Em «Dignificando» (17), o campo da visão intersecciona-se com os odores que emanam da confeção do pão, alimento associado ao dia que nasce, ou que termina, com notações de esperança para o seguinte: «lindas, as cores com que pintas o trabalho/ mãos incessantes», «moldam leveduras do dia/ amassam esperanças, levam-nas ao forno/ para que venham mais dias/ crepúsculos, com perfume de pão.»

Já em «Tempo» (89), refere-se que «o tempo é máscara/ de quimera fossilizada/ na colina das ideias». No poema «Julgamento erróneo» (21-22), as águas surgem associadas às vivências e ao tempo que flui, comandado pelas «lágrimas de lezíria»: «esperei/ a passagem do tempo/ sem dar por mim»; «acreditei que o tempo supervisiona criações/ quando desenho linhas/ interrupções nos campos, valas:/ cartas que o rio me pede para escrever». O sujeito poético parece querer anular a instância temporal, mostrando-se independente dela, numa espécie de hipostasia, como se a hora tivesse sido expulsa do tempo, para evocar os versos de «Impressões do Crepúsculo», de Fernando Pessoa. «[O] tempo não existe/ é invenção», diz-nos o sujeito enunciador. Mas, no final do poema, fica, em suspenso, uma imagem construída sob a égide do adínato, exagero que traduz uma realidade impossível: «não posso ter tempo/ suspendo-me/ na certeza do erro». Claramente se manifesta, nestes versos, a problemática da temporalidade inerente às emoções, ao chamado tempo psicológico.

Em «Manhã chuvosa» (24), a natureza resplandece com a água da chuva, «o pranto do céu», que é «progenitor persistente.» Mais uma vez, sob a égide da figuração imagética consubstanciada nas sensações visuais e auditivas, o poema remete, metaforicamente, para a fecundação da terra pelas águas, em manhãs «pinceladas de cinza». E nessas manhãs «fluem cânticos no jardim»: os melros trinam e «sacodem asas», «as plantas, refrescadas», «exaltam as gotículas disseminadas/ e dialogam entre si.» Neste poema, a natureza surge animizada e a vida acontece, mesmo quando invisível aos olhos dos humanos, os seres que menos comungam da harmonia universal panteísta: «até os bancos falam, sozinhos…/ quem observa os enigmas/ ao dispor da revelação?/ quem nega a subtileza/ desses pequenos prodígios?»

No poema «Angústia» (27), a vida apresenta-se no seu curso inexorável, simbolizado pela imagem do cavalo que rasga os céus, à semelhança de Pégaso, e traduz o isomorfismo da viagem e, por conseguinte, do devaneio e da incerteza: «cavalo galopa nas margens/ de um rio chamado vida/ abeira-se das profundezas/ sem rédeas, sem sela/ revela o campo de incertezas/ onde afloram probabilidades, surpresas». No poema «Passagem» (70), acentua-se a mesma noção:

 

«o tempo mata

vontades gulosas de saber

o que não importa

da mesma forma, as flores não indagam:

por que subo o outeiro

e não regresso?»

 

O tempo, que intuitivamente não somos capazes de definir de forma objetiva ou mensurável (notou-o admiravelmente Santo Agostinho), é cronologicamente marcado pelo fluir do momento, das horas, dos dias e dos anos. Fernando Pessoa atribuía-lhe a capacidade de envelhecer as faces e as «afeições violentas». O poema «Momento» (62) define o instante como uma fração, aquilo que experienciamos imediatamente e marca, aliás, todos os acontecimentos da vida. Como despedida, acentua a noção de angústia pelas palavras abandonadas e pelos gritos da separação que a alba anuncia: «deixa palavras, gritos na fronteira do dia». Mas o instante faz acontecer coisas maravilhosas, pelo alento e pela esperança, e contém dois polos antagónicos, mas complementares – a cor e a dor: «é esperança/ renascença da vida/ é acontecimento/ cauda de raposa salpicando as fragas». Esta visão final de serenidade reenvia para o início do poema, para o primeiro verso, onde se atribui ao tempo o poder que lhe é imanente de tudo conter em si, sancionando a ideia de eternidade – «luz poderosa».

«Cores» (19) desponta neste livro como um texto particularmente original, do ponto de vista (caleidoscópico) das sensações que nele perpassam. Estas não surgem isoladas, mas concatenadas, de forma sinestésica, pela ligação que se estabelece, dicotomicamente, entre a noção de efemeridade das flores e a de intemporalidade, associada à poesia. E tudo o mais perece, sujeito às leis do tempo:

 

«em cada murmúrio circular

na superfície das águas

um peixe transporta sonhos

nas fronteiras da vida

tudo o resto, embriaguez turva

sorvendo o vermelhão das papoilas

efémeros êxtases, cores mudas

insistências seculares

pequenas vírgulas na paisagem de poemas

que os tempos recusam esquecer»

 

«Saudação» (39) regista, de forma harmoniosa, a confluência de duas artes: a das palavras e a da pintura. O texto parece uma tela onde surgem configurados tons e perfumes que o dia anuncia, num êxtase arrebatador:

 

«abro a janela

eis a tela

um projeto azul

conquista a varanda

claridade imensa

fusão de odores, perfumes

em superação ascendente de varões, roupas

bandeiras ondulando

brinquedos nas mãos da brisa

rio, aves rompendo

aguarelas

(…)»

 

Como pudemos constatar pela maravilhosa declamação de Ana Briz, na composição «Algo mais» (31), o sujeito poético reflete sobre a importância da poesia, enquanto arte que se forma com e pelas palavras e que tem repercussões ao nível da vida humana, tornando-a mais leve. Aristóteles referia que o verbo é «palavra da ação», mas é também «palavra temporal». Para que a poesia tenha repercussões na alma humana, «é preciso escavar na terra profunda» que é o nosso coração, e deixá-lo ser tocado «por águas de renovação e fertilidade.» No poema «Quotidiano» (53) enfatiza-se, mais uma vez, o papel da poesia enquanto arte criadora e como suporte dos sonhos: «respiro paisagens e luz/ os meus poemas pingam/ asfaltos de rios sonhados/ cânticos de margens cúmplices». A mesma ocorrência verifica-se no poema «Observatório» (68), onde «o poeta reitera espantos/ se pingos de marés assomam./ leva-o um tempo sonhado.»

Nos últimos anos, tem-se assistido a uma proliferação de narrativas e de poemas emoldurados pela relação dos humanos com a natureza, o que, de acordo com Ana Isabel Queiroz (2012), propicia uma reflexão sobre valores e atitudes compatíveis com a ética da terra. A problemática da poluição e da destruição dos ecossistemas e do meio ambiente, pelo comportamento irresponsável dos humanos, figura, também, na obra poética de Rodolfo Miguel Begonha. Em «Civilização» (23), texto epigramático de cariz proverbial, o leitor é remetido para uma oposição que surge modalizada no discurso: «diz-me o que traz o teu rio/ dir-te-ei quem és». Na composição poética «Vi-a junto ao rio» (34) as sensações sinestésicas agregam a visão e o olfato numa natureza cuja morte se faz anunciar duplamente: a do rio, enquanto paisagem natural, e a do ser humano, enquanto ser que habita espaços contaminados por si próprio:

 

«a morte

passeava encoberta

entre odores de limos

com jeitos pardos

de ratazana

perscrutando desgraças

junto ao rio

ansiava emboscadas

para roubar almas distraídas»

 

Termino esta apresentação com a análise do poema de Rodolfo Miguel Begonha que mais me toca e sensibiliza: «Pequenas compensações» (40) [há uns meses, tive acesso à versão integral do poema, que prefiro à versão agora publicada pela editora On y va; o texto que analiso é mais rico e, por conseguinte, mais complexo, do ponto de vista estilístico-formal; por essa razão, a minha análise recai sobre o poema original, não sobre a nova versão]. O poema reenvia para a paisagem natural, pela perspetivação da visão e da audição – «frutos», «aves», «vozes», «brisas», «rio», «janelas», «música», «auroras», evocando a bela poesia de Eugénio de Andrade onde, não raro, os elementos da natureza surgem associados aos afetos, aos sentimentos mais íntimos e recônditos vivenciados pelo eu, ou servem para emoldurar a mulher, na sua dupla natureza: de ser amado e de ser que contém em si a capacidade de iluminar a existência de todas as coisas.

O poema é construído por uma estrutura de repetição anafórica: em termos linguísticos, o primeiro verso apresenta uma declaração na forma negativa, logo contrariada pela conjunção coordenativa adversativa «mas», que preenche o aparente vazio produzido pela negação. Todos os tercetos invocam um tu: a ausência de frutos na varanda do ser amado é (largamente) compensada pela existência de aves saltitantes que trazem frutos no ventre. Na segunda estrofe, alude-se ao silêncio em que vive o ser amado: as brisas, na literatura portuguesa, sempre anunciam novidades. Através do recurso ao animismo, confere-se às brisas o dom de murmurar (segredos?). Na terceira estrofe, as imagens presentes no quarto do ser amado, junto à janela, servem de abertura para o universo e suplantam a inexistência do rio (que tem vida dentro de si e funciona como um reflexo que espelha os céus). A água do rio e, por intrínseca conexão, o tempo, escoa, impassível ao destino dos humanos. Dizia Heraclito que nenhum ser se banha duas vezes na água do mesmo rio. O tempo que medeia essa imersão faz do ser humano um outro ser, sujeito à lei da vida, ou às leis da morte.

De forma alternada, a primeira estrofe associa-se à terceira, pela visualização que transmite, quer através dos verbos que indiciam movimento, quer através dos nomes que mostram a natureza. Em alternância com a segunda estrofe, a terceira condensa uma imagem associada à música, que por sua vez, através do animismo e da sinestesia, se associa à visão: as alvoradas, ou auroras, espreitam (como espreitam as crianças quando brincam) e anunciam a vida que renasce, diariamente. Ao lermos o poema, constatamos que a presença do interlocutor preenche a vida do eu poético.

Poderemos, então, designar estas «compensações» de «pequenas»?

Parece-me que estes versos refletem o que de mais importante existe na afetividade: na casa ou morada que é o rosto, ou o corpo, ou o coração do outro, encontra-se a alma que vivifica e enleva o sujeito poético, tornando-o um ser abençoado, vivendo serenamente as horas – que não são graves – mas alvoradas esplendorosas e entardeceres que deleitam e que espreitam os sonhos. É uma belíssima imagem da vida, esta com que Rodolfo Miguel Begonha nos presenteia.

 

 

Pequenas compensações
 



não há frutos na tua varanda
 mas há aves, saltitando
 as aves trazem frutos no ventre

não há vozes na tua sala
 mas há brisas, murmurando
 as brisas trazem vozes no ventre

não há rio no teu quarto
 mas há imagens, entre janelas
 as imagens trazem um rio no ventre

não há música no teu escritório
 mas há auroras, espreitando
 as auroras trazem música no ventre




(versão inicial do poema)

 

 

Bibliografia

– BEGONHA, Rodolfo Miguel (2016). Respiração do Mundo (conjunto de poemas originais)

–  BEGONHA, Rodolfo Miguel (2019). Respiração. Lisboa: Editora On y va.

– BERGSON, Henri (2014). Œuvres complètes. Arvensa Éditions.

– DURAND, Gilbert (1989). As Estruturas Antropológicas do Imaginário. Lisboa: Editorial Presença.

– ECO, Umberto (1991). Porquê «O Nome da Rosa»?. 2ª Edição. Lisboa: Difel.

– FONSECA, A. Fernandes da (2001). «O Homem doente do tempo». In MENESES, Paulo (coord.) Sobre o Tempo. Secção Portuguesa da AHLM. Actas do III Congresso. Ponta Delgada: Universidade dos Açores. 2001: 234-246.

– FONSECA, Fernanda Irene (1992). Deixis, Tempo e Narração. Porto: Fundação Engenheiro António de Almeida.

– MANCELOS, João de (2009). O marulhar de versos antigos. A intertextualidade em Eugénio de Andrade. Lisboa: Edições Colibri.

– MARTINES, Enrico (1998). Cartas entre Fernando Pessoa e os directores da ‘presença’. Lisboa: INCM.

– PESSOA, Fernando. Carta a Ophélia Queiroz: 29 de novembro de 1920. Web. Arquivo Pessoa. Obra Édita. Facsimile. (http://arquivopessoa.net/textos/1464). Consultado em 10.08.2019.

– QUEIROZ, Ana Isabel (2012). “Lupilar para a sustentabilidade: literatura, natureza e sociedade”. In revista Colóquio/bLetras. Ensaio, n.º 179 (Janeiro): 87-97.

 

[Texto: Natália Constâncio]